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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

CNBB - Devotos de Fátima

De: 
  Marilda Oliveira...
 Enviado: Qui 23/09/10 09:56 
Para:     
Camila Silva DF960...
 Prioridade:  Normal 
Assunto: 
 Re: Hoje é o dia, Marilda
Resposta ao e-mail recebido  de Devotos de Fátima/CNBB
Concordo Camila com suas palavras;- no mesmo tempo como católica fervorosa que sou repudio as atitudes dos padres católicos fazendo o que bem entendem, sujando a igreja católica, o cristianismo, os cristãos, e o pior, envolvendo-se absurdamente na política suja e contaminada que expropriou o Brasil nos últimos sessenta anos pelas classes dominantes, com ajuda de políticos que se dizem brasileiros mas não são: na realidade são judeus sionistas que vestindo a capa do lobo com vestes de  cordeiro, estão implantando assustadoramente no Brasil e no mundo, a seita que não é  seita e não é nada e se passam por ATEU! estes são os judeus sionistas disfarçados, para pisarem, destruirem, aniquilarem, desmoralizarem, os cristãos espalhados pelo  mundo, e principalmente no Brasil, aonde soma sua maior quantidade. Portanto Camila, lhe pergunto? aonde estão os padres? Sem contar com os salesianos vindos da fortuna expropriadora do Padim Ciço que originou a Canção Nova Abid, Pde.Marcelo, De Melo, Zé Maria com a pobre da Santinha na Barriga participando apenas de cerimônias da elite brasileira donos das c$ifras.
O povo brasileiro vê a tudo isto, mas nós nos direcionamos ao nosso querido, Supremo e Onipotente Mestre Jesus, o maior de todos os seres existentes no universo; - que para entender a humanidade e no mesmo tempo respeitá-la pela sua ignorância na falta de conhecimento em entender o porque?,... este mestre querido esteve no meio dos viventes, não conseguiu mudar a mentalidade da humanidade por isto recebeu o sacrifício supremo, foi torturado e assassinado(+); - a fé do povo  move montanhas, está movendo neste momento, porque este é um povo que trabalha, é  humilde, sem ostentação, submisso, que tudo vê... mas entrega ao nosso mestre o que vê para seu juízo. E mais uma vez lhe pergunto Camila?! aonde estão os padres? defendendo a campanha do Chalita ao Senado? e QUEM a presidencia? envolvendo-se com a política quando deveriam estar junto ao povo às famílias orientando fraternidade?, levando as palavras do Senhor... não permitindo assim que os cristãos católicos migrassem para outras  seitas que não precisamos ler muito, para saber que são arrecadadoras de  c$ifras!... colocando estes fiéis esperançosos e no mesmo tempo impensante pela própria condição  oferecida pelas classes dominantes, tirando-lhes o dinheiro sagrado das suas  sobrevivências em forma de dízimos, para manterem estações de rádio, TV, mordomias a perder de vista!... e o pior ISTO É A MEU VER,  ENRIQUECIMENTO ILÍCITO...
Portanto Camila lhe digo... sou católica amo Meu JESUS e Meu DEUS amo Nossa Senhora, minha fé é imutável, inabalável, perpétua, consciente, fervorosa, e a prego por todos os caminhos por onde ando, mas não posso deixar de apontar a IRRESPONSABILIDADE do clero aos assuntos que envolve a população!... NO MAIS PROFUNDO  SENTIMENTO DE OBEDIÊNCIA AOS ENSINAMENTOS PREGADOS NO LÍVRO DE PEDRA POR NOSSO SENHOR JESUS CRISTO,  apresentado por MOISÉS.
Que Nosso Senhor Jesus Cristo abençoe os povos do mundo que clamam pela paz e pela
desigualdade social.
Com respeito,
Marilda Oliveira
São Paulo - SP - Brasil

E-mail recebido de Devotos de Fátima/CNBB e com todo o Respeito.
On Qua 22/09/10 23:33 , "Devotos de Fátima" atendimento@adf.org.br sent:

> Triste? Triste é pouco. Caso não esteja 
visualizando corretamente esta mensagem, acesse aqui. > Marilda, Triste é pouco. Não é preciso sair de casa para se revoltar com tantas desgraças arrasando famílias e destruindo lares pelo país. Ontem mesmo, assistindo ao telejornal, senti uma agonia tão grande... Pais de família que são brutalmente assassinados... crianças que sofrem maus tratos... Meu Deus, todo dia isso? Olha, Marilda, só o que pude fazer foi: REZAR. > E você há de concordar comigo... Precisamos nos unir e suplicar por misericórdia e proteção a Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Por falar nisso, no próximo sábado será rezada a Missa da Medalha Milagrosa e eu quero muito que você participe e inscreva seus pedidos de oração. Ligue pra mim no 0800 773 1119 > (ou 4368 2253 para São Paulo). Quanto mais devotos participarem, mais nossas preces serão fortalecidas e, com fé, Nossa Mãe nos atenderá. Vamos pedir por mais proteção, Marilda. Fale HOJE MESMO com um de nossos voluntários no 0800 773 1119 (ou 4368 2253 para São Paulo) e inscreva suas intenções nesta próxima Missa. Se você preferir, eu lhe retorno a ligação. Para isto, basta responder este e-mail com um número de telefone e o horário de sua preferência. Que Nossa Senhora lhe proteja sempre. Camila Silva> Associação Devotos de Fátima> DF960... www.adf.org.br > Para cancelar o recebimento de novas mensagens da> Associação Devotos de Fátima, acesse aqui. 
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   Atualizado em 22/09/2010

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A partir do Caos Surge a Vida

No primórdio dos tempos havia o Caos, uma extensão ilimitada e desordenada, um espaço aberto em um abismo sem fundo. 
Antes do Caos nada existia, o princípio extinguia-se abruptamente. 
Caos, o vazio primitivo e escuro
que precede toda a existência.



No meio do abismo do Caos, em determinado momento um ínfimo chão foi instaurado, surgindo Gaia, a Terra, através do mito do cosmo e da força intelectual, encerrando a desordem do nada.


Do caos, surge Gaia (a Terra)- Gaia trazia em si a pulsação da vida, a latência de uma natureza que não se continha sozinha. Na solidão fria do Caos, surgiu, seguido a Gaia, Eros, o amor. A partir dele, nada mais poderia caminhar sozinho.
















Eros, o amor








Antes de ser atingida pela força de Eros,


Gaia trazia o principio que fecundava e era fecundada por si mesma. 
Podia sozinha gerar a vida. 


No ímpeto de querer um ser tão poderoso quanto ela, 
concebeu Urano, o Céu estrelado, que a cobriu por inteiro. 


Ainda sozinha, gerou as Montanhas, o Mar, o Ponto e as Ninfas.
No meio do Caos, depois de Gaia, surgiu a Noite, ser constituído por uma treva profunda. 


Assim como Gaia, a Noite engendrou sozinha o Éter, a luz feita somente para iluminar os deuses; e, o Dia, claridade maior que se iria estender não somente aos imortais, como às criaturas perecíveis, entre elas os homens.
No instante em que se gerou a Noite, o Caos viu nascer o Érebo, lugar sombrio que se alojaria debaixo da Terra, 

Érebo
constituindo a morada das sombras, das almas.


Mas Eros, o amor, força maior do que a própria madre geradora de Gaia, já não permitia que entidade alguma fecundasse solitariamente.


 O amor exigia dois pólos como geradores da vida: o fecundador e o fecundado. Movida pelo impulso determinador de Eros, Gaia uniu-se ao seu filho primogênito, Urano.


Urano mostrou-se um amante apaixonado. Ao lado de Gaia, tornou-se o senhor de todos os seres e deuses. Da união e do amor dos dois, nasceram seres violentos e primitivos, povoando o universo e a Terra.
Urano e Gaia
 O Caos, princípio de tudo, já não seria o presente ou o futuro, perdera a solidão do nada diante da vida. Antes dele não se sabe o que existia. Nunca será revelado aos deuses e aos homens.
O Cosmos
Depois de organizado, o Caos chamar-se-á Cosmos. Jeocaz Lee-Meddi

sábado, 21 de agosto de 2010

Hannah Arendt sempre recusou o título de filósofa.

Hannah Arendt - Política

Hannah Arendt foi uma teórica política alemã, uma das principais pensadoras do século 20 que sempre recusou o título de filósofa.Hannah Arendt nasceu em 14 de Outubro de 1906, em Hanôver, Prússia. Pertencente a uma família judia, não recebeu educação religiosa da tradição, profeçou sua fé em deus de maneira livre. Hannah passou a vida a compreender o destino do povo judeu perseguido por Hitler. Formulou o célebre conceito da banalidade do mal. Estudou teologia e filosofia com Martin Heidegger, foi aluna de Jasper e admiradora da obra de Kiekegaard.



Toda a obra de Hannah Arendt é um diálogo com os dilemas morais e políticos do século 20, onde analisa o indíviduo e sua relação com o poder. Seu foco de estudo foi o fenômeno do pensamento e da maneira que ele atua dentro de diferentes contextos históricos obscuros. O trabalho filósofico de Hannah Arendt aborda temas como, política, educação, violência, condição da mulher, os direitos individuais, a família, a sociedade de massa; tudo em nome da liberdade.

Livros Escritos por Hannah Arendt e abordagens Políticas:

"Origem do Totalitarismo"

O primeiro livro escrito por Hannah Arendt foi "Origens do Totalitarismo", escrito em 1951. O livro fala da semelhança entre nazismo e comunismo, tratando as duas ideologias como totalitárias que sobreviveram dada a banalização do terror, da manipulação política das massas. Hitler e Stalin são colocados como sendo as duas faces da mesma moeda, que alcançaram o poder por terem explorado a solidão organizada das massas. Nesse livro, Hannah mostra a importância de se voltar ao passado para poder compreender o presente. Quando a autora fala, voltar ao passado, não significa dizer para a tradição.

"A Condição Humana", de Hannah Arendt

No segundo livro, "A Condição Humana", Arendt alerta: A condição humana não é a mesma coisa que a natureza humana. A condição humana diz respeito às formas de vida que o homem impõe a si mesmo para sobreviver. São condições que tendem a suprir a existência do homem. As condições variam de acordo com o lugar e o momento histórico do qual o homem faz parte. Nesse sentido todos os homens são condicionados, até mesmo aqueles que condicionam o comportamento de outros tornando-se condicionados pelo próprio movimento de condicionar. Sendo assim, somos condicionados por duas maneiras:

- Pelos nossos próprios atos, aquilo que pensamos, nossos sentimentos, em suma os aspectos internos do condicionamento.

- A segunda maneira, pelo contexto histórico que vivemos, a cultura, os amigos, a família; são os elementos externos do condicionamento.


"Sobre Revolução"

O terceiro livro de Hannah Arendt, "Sobre Revolução", escrito em 1963, é um tributo ao pensamento liberal contemporâneo. Onde Hannah faz um paralelo entre a Revolução Francesa e a Revolução Americana, mostrando as semelhanças e diferenças. Defende a tese de que a preservação da liberdade só é possível se as intituições pós-revolucionárias interiorizarem e mantiverem vivas as ideias revolucionárias.

"Eichmann em Jerusalém"

Escrito também em 1963, o livro, "Eichmann em Jerusalém" é um livro que gerou uma enorme polêmica e críticas violentas. O livro revela que o grande exterminador dos judeus, Adolf Eichmann, não era um demônio, mas alguém terrível e terrivelmente normal. Um típico burocrata que se limitava a cumprir ordens, com zelo, sem capacidade de separar o bem do mal, ou ter contrição. Defender essa tese, lhe custou caro, organizações judaícas acusaram Hannah Arendt de falsa e traídora. No livro Hannah chamava a atenção para a complexidade humana, para uma certa banalidade do mal que surge quando se condescede com o sofrimento, a tortura e a própria prática do mal. E conclui que é fundamental manter uma permanente vigilância para garantir a defesa e preservação da liberdade.


Pensamentos de Hannah Arendt sobre Educação

Hannah Arendt ao abordar o tema educação, fez crítica a educação moderna. Hannah defendeu o conservadorismo na educação, mas não na política. Para a pensadora, o maior erro da educação foi ter colocado em prática " o absurdo tratamento das crianças como uma minoria oprimida carente de libertação". Arendt defendia a tese de que cabe aos adultos a condução das crianças.

Para Hannah Arendt, " A função da escola é ensinar às crianças como o mundo é, e não instruí-las na arte de viver". Era a favor da autoridade na sala de aula, mas sem autoritarismo, o mundo deveria, segundo seu pensamento, ser apresentado ao aluno de maneira a estimular a mudá-lo.
Dessa maneira, Arendt defendia que os pais deveriam ser os responsáveis pelo bem estar vital de seus filhos e a escola, a responsabilidade de desenvolver as qualidades e talentos pessoais.
"Qualquer pessoa que se recuse a assumir a responsabilidade coletiva pelo mundo não deveria ter crianças e é preciso proibi-la de tomar parte na educação", escreve Arendt.

Mais Livros de Hannah Arendt:

*On Revolution
*A promessa política
*Responsabilidade e juízo


Frases de Hannah Arendt

"Só a bondade deve esconder-se de modo absoluto e evitar qualquer publicidade, pois do contrário é destruída".

"A pobreza força o homem livre a agir como escravo".

"Qualquer pessoa que se recuse a assumir a responsabilidade coletiva pelo mundo não deveria ter crianças e é preciso proibi-la de tomar parte na educação".

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

“Tem a Política ainda algum sentido?”

Postado em: 19-08-2010 | Por: Leila Brito | Espaço Literário Chá.comLetras

Hannaharendt_1
Hannah Arendt (1906 – 1975)
Hannah Arendt, ou Johannah na certidão de nascimento, nasce no dia 14 de outubro de 1906 em casa, na cidade de Linden (Hanover), Alemanha. Desde pequena demostra ter uma capacidade intelectual extraordinária. Martha Arendt, sua mãe, deixa registrado no diário Nosso Bebê a evolução do seu desenvolvimento, e nele descreve Hannah como uma criança precoce em tudo. Aos dois anos já fala, e quando entra para a escola já sabe ler e escrever. Martha trabalha num jardim de infância onde novas teses sobre Educação são postas em prática, após ter estudado três anos na França onde aprendeu línguas e música.
Max Arendt, avô de Hannah, é o responsável por apresentar a religião judaica à neta, mas não de forma tradicional, no sentido frequentar a Sinagoga, e sim, de integrar seu modo de vida. Uma relação que dura até o ano de 1913, pois tanto ele como Paul, pai de Hannah, morrem nessa época. Em ambos falecimentos, ela passa a questionar muito mais o sentido da morte do que propriamente a manifestar a dor da perda dos entes queridos, demonstrando para sua mãe que é forte. Martha se preocupa, pois com tal comportamento, Hannah parece não sofrer com a morte do pai. A partir de então, a filha tenta tomar conta da mãe ao mesmo tempo em lhe faz as perguntas que, mais tarde, a levariam para a Filosofia.
A relação de Hannah com sua mãe é tão forte que, mesmo aos quarenta anos, ela ainda busca seu conforto e auxílio nos momentos de dúvida. Entre 1913 e 1916, as idas e vindas entre as cidades de Könisberg e Berlin são frequentes em razão da guerra. Martha frequenta o círculo de seguidores de Rosa Luxemburgo, mulher que terá o apreço de Hannah, tanto por seus ideais como pela sua vida e pelo que busca alcançar (em Homens em Tempos Sombrios, Arendt se entrega a reflexões sobre a força revolucionária de Rosa Luxembrugo). Desta forma, Martha leva Hannah para o círculo dos revolucionários, transformando seu próprio apartamento em local de encontro, e a filha leva para sua vida as questões discutidas nessas reuniões. É um tempo em que palavras como revolução, reforma, democracia, socialismo ganham força na esfera política. Em 1919, após o assassinato de Rosa Luxemburgo, a situação muda, tanto no panorama político quanto na vida de Hannah.
Assim, em se tratando da vida de Hannah Arendt, há que se chamar a atenção para os aspectos relevantes herdados da família como a influência judaica do avô e a natureza política e, até certo ponto, revolucionária de sua mãe. E do pai, a motivação para a leitura, permitindo que ela lesse os clássicos de sua biblioteca. Hannah dirá na entrevista a Günter Gaus que, por toda sua vida, terá essa dívida com o pai (QUEVEDO, 2009).
Formada pelas universidades de Koniberg, Malburg, Freiburg e Heidelberg, Hannah Arendt é influenciada por Husserl, Heidegger e Yaspers. Em consequência das perseguições nazis, em 1941, parte para os Estados Unidos da América, onde leciona nas principais universidades do país (Columbia, Califórnia, Cornell, Princeton e Wesleyan) e escreve grande parte de sua obra.
Pautando sua filosofia numa crítica à sociedade de massas e à sua tendência para atomizar os indivíduos, a filósofa preconiza o regresso a uma concepção política separada da esfera econômica, tendo como modelo de inspiração a pólis grega. Assim, em sua densa e profunda obra filosófica, Hannah Arendt questiona o sentido da política, buscando responder às perguntas:
Após Dachau, Auschwitz, os Gulags siberianos, em síntese, depois das experiências totalitárias nazista e stalinista, qual o significado da política? Partindo de uma constatação arendtiana de que ação política é sinônimo de liberdade, será que podemos admitir como “política” programas de desumanização, de eugenia, isto é, de objetivação do homem? Será que a “política totalitária” (ARENDT, 1990, p.514), responsável pela transformação da própria natureza humana, por tornar possível o mal radical, absoluto e imperdoável, não ocultaria, em realidade, ações não-políticas, até mesmo antipolíticas? Não há contradição no próprio termo “política totalitária”? Por outro lado, será que a “politização” plena realizada por tais regimes totalitários e a concomitante e paradoxal extinção do espaço de liberdade necessariamente nos conduz a dar razão aos liberais, a entender como incompatíveis liberdade e política, só surgindo a primeira quando a última cessa de existir? Em outros termos, será que a política se restringe ao estatal e a liberdade possui somente uma dimensão negativa, uma liberdade a-política de “ter”, de “crer”, enfim, uma “liberdade da política” (ARENDT, 2001, p.195)? Tais indagações nos levam, com Arendt, a formular a seguinte questão: “Tem a Política ainda algum sentido?” (ARENDT, 2006, p.38). O que de fato é a política? (TORRES, 2007, p. 235-236).
Antecipando um ensaio focado em Hannah Arendt, e objetivando propiciar aos leitores do Chá.com Letras o acesso a uma das mais importantes personalidades da Filosofia Política contemporânea, disponibilizo o vídeo da Parte I da entrevista concedida pela filósofa, em 1964, ao jornalista alemão Günter Gaus. Na sequência, serão postadas as partes II e III.
LEILA BRITO
Belo Horizonte, 19 AGO 2010

domingo, 15 de agosto de 2010

O homem apaixonado também transmite força, alegria, energia












Mistérios Gozosos
AFFONSO ROMANO DE SANT’ANNA


Uma coisa especial ocorre com a mulher depois que ama. Reparem, estou dizendo: depois que ama. Não estou me referindo a ela enquanto está no ato do amor. Disto se pode falar também, e a literatura a partir do romantismo e depois o cinema, modernamente, já tentaram de várias formas simular na relação amorosa como a mulher suspira, se contorce, desliza as mãos e entreabre a boca do corpo e da alma.

Mas, quando digo "depois que ama", refiro-me ao estado de graça que a envolve após o gozo ou gozos, e que perdura horas e horas e às vezes dias. Fica macia que nem gata aos pés do dono. Mais que gata, uma pantera doce e íntima. Sua alma fica lisinha, sem qualquer ruga. A vida não transcorre mais a contrapelo, desliza... Ela tem vontade de conversar com as flores, com os pássaros, com o vento. Sobretudo, descobre outro ritmo em sua carne. É tempo do adágio, de calma e fruição. Neste período, aliás, o tempo pára. Em estado de graça ela se desinteressa do calendário. O quotidiano já não a oprime. É a hora de uma ociosidade amorosa. O fato é que a mulher nessa atmosfera sai do trivial, se agiliza e glorificada, pervaga pela casa.

O homem, animal desatento, às vezes não se dá conta. Em geral, nunca se dá conta. Ou dá-se conta nos primeiros minutos após o ato de amor, e depois se deixa levar pela trivialidade, deixando-a solitária em sua felicidade clandestina. Na verdade, ela sobrepaira ao tempo, está adejando em torno do amado, que deveria suspender tudo para sentir desenhar-se em torno de si esse balé de ternura. Deveria o homem avisar ao escritório: hoje não posso ir, estou assistindo à reverberação do amor naquela que amo.

E como isto se assemelha à floração rara de certas plantas, os amados deveriam interromper tudo: seus negócios e almoços e ficarem ali, prostrados, diante da que celebra nela o que ele ajudou a deslanchar. Já vi algumas mulheres assim. Era capaz de pressentir a 115m que elas estavam levitando de tanto amor que seus amados nelas desataram.

Há uma coisa grave na mulher que foi ao clímax de si mesma. Que não esteja distraído o parceiro ou parceira. Ela tem mesmo um perfume diverso das demais. É um cio diferente. É quando a mulher descerra em si o que tem de visceralmente fêmea, tranquila que, mais que possuída, possui algo que atingiu raramente. As outras mulheres percebem isto e a invejam. Os machos farejam e se perturbam.

É como se estivessem num patamar seguro a se contemplar. É quase parecido a quando a mulher vive a maternidade. Mas aqui é ainda diferente, porque na maternidade existe algo concreto se movimentando dentro dela. Contudo, nessa atmosfera que se segue a uma epifânica sessão de amor, diverso, porque ela está acariciando uma imponderável felicidade.

Estou falando de uma coisa que os homens não experimentam assim. O gozo masculino é mais pontual e parece se exaurir pouco depois do próprio ato. Só os escolhidos, os de alma feminina, vez por outra, o sentem prolongar-se dentro de si. Mas em geral, é diferente. Terminado o ato, uns até rolam para o lado e dormem como se tivessem tirado um fardo do ombro, outros acendem o cigarro, vestem suas ansiedades e voltam ao trabalho.
É constatável, no entanto, que o homem apaixonado também transmite força, alegria, energia. Ele oscila entre Alexandre O Grande e o artista que chegou ao sucesso! Também brilha. Mas é diferente. E não é disto que estou falando, senão do gozo feminino que não se esgota no gozo e se derrama em gestos e atenções por horas e dias a fio.

Freud andou várias vezes errando sobre as mulheres e, por exemplo, colocou equivocadamente aquela questão de que a mulher teria inveja do homem por ser este um animal fálico. Convenhamos: inveja têm (ou deveriam ter) os homens quando prestam atenção no fenômeno que ocorre com as mulheres, que ao serem amadas atingem o luminoso êxtase de si mesmas, como se tivessem rompido uma escala de medição trivial para lá da barreira dos gemidos e amorosos alaridos.

É isso: quando a mulher foi amada e bem amada, ela ingressa nessa atmosfera sagrada, cuja descrição se aproxima daquilo que as santas estáticas descreveram. Uma aura de mistérios as envolve. E isso, por não ser muito trivial, por não ser nada profano, talvez se assemelhe aos mistérios gozosos de que muitos místicos falaram.                                                                                                                                                                             Chá. Com Letras                                                                                                                                                                               Leila Brito

domingo, 18 de julho de 2010

Secretos, Segredos, Suspeitos, Tesouros, Teorias


10º - Mezhgorye - Cidade Secreta na Rússia


Mezhgorye é uma cidade fechada na Rússia onde, acredita-se, que é a casa de pessoas que trabalham na montagem de produtos ou aparatos altamente secretos do Governo Russo. A cidade foi fundada em 1979. Localiza-se entre a montanha de Yamantaw (1.640 metros) e a montanha de Kosvinsky. É um local considerado altamente suspeitos pelos Estados Unidos, acreditando-se ser na verdade um local de armas nucleares secretas. Grandes projetos de escavações têm sido observados no local por imagens de satélites americanos desde 1990, durante a época de Boris Yeltsin e o pró-governo ocidental após a queda da União Soviética. Os Estados Unidos já perguntou oficialmente várias vezes o que de fato existe naquela região. O Governo Russo sempre dá explicações diferentes. Já disseram que é um local de mineração, um repositório do tesouro russo, uma área de armazenamento de alimentos e um esconderijo para os líderes russos caso aconteça uma guerra nuclear.

9º - Arquivo Secreto do Vaticano


Os arquivos do Vaticano não são propriamente secretos, você pode visualizar qualquer documento que você desejar, mas, você não pode entrar no arquivo em nenhuma hipótese. Você deve apresentar o seu pedido por escrito de um documento e ele será fornecido à você. Apesar disso, não existem cópias das grandes obras que foram consideradas proibidas pela igreja.

Os documentos que você pode acessar não são aqueles que guardam 75 anos de informações (por questões diplomáticas e governamentais). Os índices estão disponíveis para pessoas que querem ver apenas se o documento existir para o público. Teóricos de conspiração afirmam que existem segredos guardados como pedaços de ouro nos subterrâneos. Os arquivos secretos do Vaticano foram estimados em nada mais e nada menos do que 84 quilômetros de prateleiras, existindo mais de 35 mil livros seletivos.



8º - Clube 33 da Disneylândia

Contrariando à crença popular, a Disneylândia tem uma licença especial de um local fechado ao público em geral para acomodar pessoas privadas. Existe lá um local especial só para vender bebidas: o clube 33. O clube 33 é um clube privado situado no coração da seção "Nova Orleans" na praça da Disneylândia. Oficialmente é mantido com recursos secretos do parque temático e a entrada é localizada ao lado do Blue Bayou Restaurant em "33 Royal Street", com a entrada reconhecível por uma placa de endereço ornamentado com o número 33 estampado. Taxas de adesão ao clube podem chegar até a 30 mil dólares. Para entrar no clube é necessário esperar uma lista até o final do ano, e mesmo assim é necessário ser avaliado por critérios não revelados.



7º - Metro de Moscovo - Rússia

O metro-2 em Moscovo, Rússia é um sistema de metrô subterrâneo que é supostamente secreto, paralelos ao metrô de Moscovo. O sistema foi construído supostamente no tempo de Stalin, pela KGB. Jornalistas russos têm relatados que a existência do Metro-2 não é confirmada e nem negada pelo Serviço de Segurança Federal da Rússia (FSB) ou pela administração do metrô de Moscovo. O comprimento do Metro-2 aparentemente não são só rumores. Segundo relatos, possui 4 linhas e mede entre 50 a 200 metros de profundidade. Diz-se ligar a cidade de Kremlin com a sede da FSB, o aeroporto do governo em Vnukovo e uma cidade subterrânea chamada Ramenki, além de outros locais de importância nacional. As evidências são fortes mas não existem fotos. Se você não é o presidente da Rússia, nem sonhe, pois você nunca entrará lá.



6º - Gentlemen's White's Club

Branco é o clube de cavalheiros mais exclusivo do mundo. Foi fundado em 1693 pelo italiano Francesco Bianco (Francis White) para vender o recém descoberto chocolate quente, mas, acabou se tornando um típico (mas terrivelmente privado) clube de cavalheiros. O clube é famoso por pelas apostas bizarras. O mais famoso das apostas registradas foi uma disputa entre dois senhores que apostaram o equivalente a 10 mil reais para ver qual gota de chuva no vidro da janela chegaria primeiro embaixo. Para ser convidado a participar do clube exclusivo, você terá que ser convidado por um dos membros e ter o apoio de mais dois outros membros. A menos que você seja da alta realeza ou extremamente poderoso para política, será impossível você receber um convite para entrar na Gentlemen's White's Club


5º - Área 51 nos Estados Únidos

Área 51 é um apelido dado a uma base militar localizada na porção Sul de Nevada, Oeste dos Estados Unidos, 133 quilômetros do centro de Las Vegas. Situado no centro sul da margem do Lago Groom, é um aeródromo seletivo e em torno da área possui grandes mistérios. Supostamente, o principal objetivo do local é o desenvolvimento de aeronaves e sistemas experimentais de armas. O intenso segredo em torno da área 51, foi reforçado pelo próprio governo que não admitia a sua existência. A área 51 foi cercada desde a época que caiu um objeto não identificado próximo dali, onde a imprensa americana acreditava ser um disco voador e o governo americano teria abafado o caso com a máxima rapidez. Qualquer pessoa que se aproxime desta área poderá ser abatido com arma de fogo a qualquer momento.



4º - Sala 39 - Coréia do Norte


A sala 39 ou mesa 39 é indiscutivelmente uma das organizações mais secretas na Coréia do Norte, que busca formas de se obter moeda estrangeira para Kim Jong-il, presidente da Coréia do Norte da Comissão de Defesa Nacional. A sala 39 foi criada na década de 1970, foi descrito como o eixo central do norte da chamada "economia do tribunal" centrado na família da dinastia Kim. Não se sabe como o nome se originou. Muito pouco se sabe sobre a sala 39 devido a natureza secreta em torno da organização, mas é amplamente especulado que a organização utiliza contas bancárias da China e da Suíça para efeitos de falsificação, lavagem de dinheiro e outras operações ilícitas. É também alegado que a sala 39 está envolvida em tráfico de drogas e venda de armas ilegais. Sabe-se, no entanto, que a organização tem 120 empresas de comércio exterior sob a jurisdição e controle total de Kim Jong-il. A Coréia do Norte chegou a negar qualquer atividade ilegal referente a sala 39. Imagina-se que a sala fica localizada no prédio Pyongyang, na capital da Coréia do Norte.



3º - Grande Santuário de Ise - Japão

O Grande Santuário de Ise no Japão ( que na verdade nada mais é do que uma série de 100 santuários) é o santuário mais sagrado do Japão. É dedicado a Amaterasu, a deusa do Sol no Japão) e existe desde 4 a.C. O Santuário principal é acusado de prender o item mais importante da história imperial do Japão: o Naiku (o espelho da mitologia japonesa que foi reconstruído a cada 20 anos em consonância com a ideia de Xintoísmo de morte e renascimento; a próxima reconstrução será em 2013). Tenha certeza, este é um lugar que você NUNCA irá, pois a única pessoa que pode entrar é o sacerdote ou sacerdotisa e mesmo assim ele deve ser membro da família imperial japonesa. Então, a menor que tenhamos um príncipe ou uma princesa lendo o site, ninguém mais irá ver detalhes do Grande Santuário de Ise, no Japão.



2º - Centro de Operações de Emergência - Mount Weather


Este é um lugar que não só é fechado ao público como também é um lugar que você pode perder as esperanças de um dia entrar. Sabe naqueles filmes americanos de fim do mundo? Sempre tem um local no qual os americanos do alto escalão do governo tem entrada garantida para se salvar e todos os outros pobres mortais ficam na tentativa. Pois é, este lugar é mais ou menos isso. O Centro de Operações de Emêrgia Mount Weather não é ficção, é pura realidade. Foi criada na década de 1950 devido à guerra fria, mas, continua operando até hoje. Por razões óbvias as suas operações são altamente secretas. É gerenciado pela Federal Emergency Management Agency (FEMA), o centro está funcionando em pequenas catástrofes americanas e grande parte do tráfego de telecomunicações é encaminhado através deste centro.



1º - RAF Menwith Hill

RAF Menwith Hill é uma base militar britânica, com ligações à rede global de espionagem ECHELON. O site contém uma estação terrestre de satélites e um site para interceptar comunicações e dar alerta de mísseis. Tem sido descrita como a maior estação de monitoramento eletrônico do planeta. O site funciona como uma estação terrestre por um número X de satélites operados pelo Instituto Nacional Reconnaissance Oficce EUA, em nome da Agência de Segurança Americana, com antenas e cúpulas brancas. O ECHELON que é acusado estar ligado com ele teria sido criado para monitorar as comunicações militares e diplomáticas da União Soviética e seus aliados do Bloco Leste durante a Guerra Fria, no início de 1960 mas, desde o fim da Guerra Fria, acredita-se que também busca por indícios de terroristas, drogas, e funciona como uma inteligência diplomática e política. Também foi envolvido em relatórios de espionagem comercial e acredita-se que filtra ligações de telefones e ondas de rádio de qualquer nação - uma extrema violação de privacidade.
Fonte: Ziperlista

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Obra de Saramago contradiz militância política do autor

Sim, contradiz, pois Saramago era um comunista que conseguiu o Nobel sendo com orgulho comunista; - amava a vida na sua tragetória de humildade, e alertava com suas sábias palavras, aqueles que buscavam a sábia resposta.

Admiradores de José Saramago acompanham velório, na câmara da prefeitura de Lisboa

Foi grande o burburinho em torno da morte do escritor e ativista político José Saramago. As reações que suscitou, porém, da lágrima sincera ao não menos sincero "Já vai tarde", me pareceram privilegiar o ativista político, não o escritor. Este texto é uma tentativa de refletir sobre esse fato.

Ele próprio foi o primeiro a contribuir para isso. Lembro-me de certa afirmação sua, numa das entrevistas que concedeu ao Roda Viva, segundo a qual não era assim tão importante, para um escritor, falar de literatura: ele devia se concentrar em assuntos mais urgentes, como (suponho eu) o conceito de mais-valia ou o imperialismo ianque.

Não serei eu a decidir sobre a verdade ou não dessas afirmações. Mas o fato é que, para o próprio Saramago, a literatura estava subordinada à política. Nada mais natural, portanto, do que sobrepor o ativista ao escritor, a atuação política à ficção literária.
E é precisamente aqui que deparamos com o paradoxo. Pois, na sua atuação como militante comunista, Saramago queria o fim do capitalismo, mas, graças à suas ficções literárias, gozava daqueles bens que só o capitalismo pode proporcionar. A sua militância, portanto, não se entendia muito bem com a sua literatura, e nem sempre aquilo que dizia era aquilo que de fato fazia.

Todos temos lá nossas contradições, umas mais, outras menos produtivas. No caso de Saramago, elas explicam por que, afinal, a sua literatura muitas vezes nos encanta: porque ela não segue à risca as suas posturas políticas, porque ela contradiz o militante, e, no fim das contas, é mais complexa, mais rica e mais interessante que o seu autor. Como toda literatura digna desse nome.

Finalmente, agora é bobagem querer medir com exatidão se, como e o quanto a obra de Saramago 'veio pra ficar' ou 'deve permanecer': pois ela já está aí, é já um dado cultural, e por meio dela a língua portuguesa, tão tímida, ao menos sai um pouco da sombra, não é?

Benditas contradições!
Érico Nogueira
De São Paulo

terça-feira, 22 de junho de 2010

Querido José Saramago: não lho digo Adeus. Digo-lhe até breve!

Postado em: 19-06-2010 | Por: Leila Brito | Categorias: Sem categoria
O escritor português José Saramago dispensa apresentação da mesma forma que dispensa elogios a sua valiosa obra que reúne o que de mais rico e singular existe na expressão literária da Língua Portuguesa.

A morte de Saramago, ocorrida nesta data, desperta nos amantes da Literatura um sentimento de profunda tristeza manifestada na mais justa admiração e no mais profundo respeito, tanto por sua refinada inteligência criativa como por sua aguda lucidez e seu imbatível senso crítico, que o conduziu à produção de uma obra literária acima de tudo denunciadora da podridão vigente entre os homens na forma de poderes destrutivos da lucidez humana, objetivando a alienação do homem e sua consequente dominação.

Sua aguçada visão crítica e sua personalidade desafiadora provocou diversas polêmicas. Assim, suas opiniões sobre religião e sobre a luta internacional contra o terrorismo resultaram em acusações de diversos quadrantes. Crítico feroz da Igreja Católica Apostólica Romana, classificou a Bíblia como um manual de maus costumes, provocando reações de protestos do Vaticano.

A propósito, citando Laerte Braga em sua crônica “O bloco do pau de arara e do choque elétrico”: Perguntaram a José Saramago por qual motivo continuava sendo comunista diante dos “crimes” de Stalin. Saramago respondeu de forma simples: “Por convicção ou alguém deixa de ser católico por conta dos crimes da Inquisição?”.

Quanto à posição de Israel no conflito contra os palestinos, caracterizado pela crueldade de um lento genocídio, numa visita a São Paulo, a 13 de outubro de 2003, em entrevista ao jornal O Globo, Saramago afirmou que os judeus não merecem a simpatia pelo sofrimento por que passaram durante o Holocausto… Vivendo sob as trevas do Holocausto e esperando ser perdoados por tudo o que fazem em nome do que eles sofreram parece-me ser abusivo. Eles não aprenderam nada com o sofrimento dos seus pais e avós. A Anti-Defamation League (Liga Anti-Difamação – ADL), um grupo judaico de defesa dos direitos civis, caracterizou estes comentários como sendo anti-semitas.

Em defesa de Saramago, diversos autores afirmam que ele não se insurgiu contra os judeus, mas contra a política de Israel, como, por exemplo, num artigo publicado a 3 de Maio de 2002 no jornal Público, onde, comparando o atual conflito com a cena bíblica de David e Golias, o escritor diz que David, representando Israel, “se tornou num novo Golias“, e que aquele “lírico David que cantava loas a Betsabé, encarnado agora na figura gargantuesca de um criminoso de guerra chamado Ariel Sharon, lança a “poética” mensagem de que primeiro é necessário esmagar os palestinianos para depois negociar com o que deles restar“.

Lendo este discurso apaixonado em defesa dos mais fracos, o que podemos concluir, neste momento em que Saramago deixa este mundo-cão, é que a Humanidade perde hoje um de seus mais dignos e corajosos defensores.


LEILA BRITO
Belo Horizonte, 18 jun 2010
Ilustração:
Saramago clicado por fotógrafo desconhecido desta escritora.
Referência:
WIKIPÉDIA. Disponível em: . Acesso em: 18 jun. 2010.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.

Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro.

José Saramago  – Prêmio Nobel de Literatura

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Assédio Moral



“Assediar significa estabelecer um cerco e não dar trégua ao outro, humilhando, inferiorizando e desqualificando-o de forma sistemática e repetitiva ao longo do tempo. São ataques verbais, gestuais, perseguições e ameaças veladas ou explícitas, que frequentemente envolve fofocas e maledicências.
-  Ao longo do tempo, desestabiliza o indivíduo, atinge sua dignidade e moral e devasta a sua vida. Em países europeus é conhecido como Mobbing; nos Estados Unidos e Inglaterra como Bulling, Harassement e em nosso país como assédio moral ou terror psicológico”, conceitua Margarida Berreto, “para a Organização Internacional do Trabalho há assédio moral quando uma pessoa rebaixa o outro ou um grupo de pessoas, através de meios vingativos, cruéis, maliciosos ou humilhantes.
-  Resumindo, poderíamos dizer que são críticas repetitivas e desqualificações constantes em que nada está certo por mais que o indivíduo se esforce para fazer e dar o melhor de si”.
-  Há, ainda, um projeto de lei estabelecendo multa para cada indivíduo que não for informado e treinado para evitar o assédio moral. “Não têm escapatória, mesmo que a multa não for aprovada quando o projeto virar lei,  quem não prevenir o assédio pagará indenização.
-  O assédio é um problema organizacional e o assediador pode evitar, basta querer e contratar alguém competente para mostrar como isso se faz”, explica Robson Zanetti.
Entretanto, contratar um gestor adequado, hábil e capaz é ainda a melhor saída para evitar o assédio moral. “Um gestor deve saber ouvir, ter humildade para aprender com aqueles que fazem a política acontecer no real; deve estimular vínculos interpessoais que beneficiem a organização e, fundamentalmente, saber respeitar os diferentes pontos de vista dos indivíduos.
-  O assédio moral possui requisitos para a sua existência, entre eles:

1) Repetição sistemática/Temporalidade: reiteração da conduta ofensiva ou humilhante, uma vez que, sendo este fenômeno de natureza psicológica, não há de ser um ato esporádico capaz de trazer lesões psíquicas à vítima;
2) Intencionalidade: intenção de ocasionar um dano psíquico ou moral ao indivíduo para marginalizá-lo em sua tarefa;
3) Direcionalidade: uma ou mais pessoas são escolhidas como vítimas;
4) Dano psíquico (há controvérsia na doutrina e jurisprudência quanto à necessidade da existência deste).
-  As consequências do assédio são inúmeras para o prejudicado,: “vão desde a destruição de sua vida profissional à desestabilização emocional, culminando com isolamento social, o afastamento por doenças como estresse pós-traumático, síndrome do pânico, ideações suicidas e até mesmo a morte por suicídio.
-  Os indivíduos dizem que hoje a pressão e humilhações que sofrem são piores do que o próprio ritmo de trabalho.
-  Se um indivíduo é isolado dos seus colegas e seu chefe passa a não lhe cumprimentar, a não lhe passar tarefas  desqualificar e ignorar tudo que ele faz, ao longo do tempo causará prejuízo psíquico e físico, originando doenças e transtornos.
-  Isto degrada deliberadamente as condições de trabalho além de violar direitos fundamentais, tais como: a saúde, a dignidade, a identidade, a personalidade e a integridade pessoal”.
http://memoriaedivergencia.blogspot.com/