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terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Amazônia! o que aconteceu com essa imensa povoação?

 

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Mitos ambientalistas não resistem à investigação científica da Amazônia

Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







continuação do post anterior: Civilizações perdidas na floresta amazónica desmentem mitos 'verdes'



O nosso blog “Verde: a cor nova do comunismo” vem coletando há anos testemunhos científicos de que a floresta amazônica foi desmatada em boa medida e intensamente trabalhada por grandes civilizações do passado, hoje desaparecidas.

Essas podem ter nucleado milhões de membros hierarquizados e metódicos que foram os autores de culturas originais das quais pouco ainda conhecemos, segundo se tira de apanhado do site “Quora”, eco de numerosas publicações.

Uma das razões que levam a essa conclusão de múltiplos trabalhos arqueológicos, e não das menores, é a identificação insofismável de terra preta resultante da adubação feita por agricultores inteligentes e que tornou extraordinariamente fértil uma região como a floresta tropical onde o solo é habitualmente pobre.

Ainda faltam dados para se definir a exata identidade dessas civilizações e toda sua história, mas sem dúvida foram as mais antigas civilizações da floresta úmida amazônica.

Na bacia amazônica poderia haver 1300 vestígios de cidades grandes e pequena
Na bacia amazônica poderia haver 1300 vestígios de cidades grandes e pequena
Já tivemos ocasião, mais de uma vez, de escrever sobre essas civilizações desaparecidas na Amazônia e da virtual oposição oficial dos investigadores há décadas obstaculizados em seus trabalhos de descoberta.

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National Geographic: abandonar velhos mitos


O site da reputada National Geographic Society aborda incisivamente a questão de fundo: é preciso abandonar a ideia da Amazônia povoada por pequenas tribos nômades vagueando numa selva virgem.

Porque antes da chegada de descobridores, colonizadores e evangelizadores em volta do Rio Amazonas floresciam civilizações com grandes cidades e centros cerimoniais. Quer dizer bem antes de Cristóvão Colombo avistar as primeiras praias da América Central.

Milhões de pessoas integravam este imenso conjunto que explorava a agricultura e piscicultura, desmatava, adubava modificando a terra, construindo cidades, fortalezas, estradas e canais de uma perfeição que espanta.


Vídeo: Geoglifos e sambaquis
clique na foto para ver



As mais recentes pesquisas arqueológicas com tecnologia de avançada encontraram que a história da floresta tropical amazônica é bem mais diferente do que se contava até hoje, acrescenta a National Geographic.

Essa publicou no jornal científico Nature Communications, parte dos resultados que desafiam a esclerosada percepção comum sobre a floresta úmida da Amazônia como sendo escassamente povoada.

Essa narrativa menosprezava que já no século XVI europeus fizeram ricos relatos da existência de grandes cidades interconectadas por uma rede de estradas.

Como o satélite 've' vestigios arqueológicos através da vegetação. Na foto cidade perdida na América Central
Como o satélite 'vê' vestígios arqueológicos através da vegetação.
No gráfico: cidade perdida na América Central
“Muita gente ainda acredita que esse foi um paraíso intocado”, explicou Jonas Gregório de Souza, arqueólogo da Universidade de Exeter, Grã-Bretanha, engajado nos trabalhos.

Como a maioria da região ainda não foi explorada e está coberta por uma densa floresta, até agora ficou inacessível aos arqueólogos.

Agora com o recurso de imagens de satélite puderam ser fotografados antigos geoglifos —grandes figuras feitas no chão, em morros ou regiões planas — em partes inexploradas do Mato Grosso.

Com os dados dos satélites, expedições de cientistas foram direto aos locais e encontraram grandes extensões de terra que foram trabalhadas por hábeis agricultores em pelo menos 24 pontos que visitaram.

Num deles encontraram cerâmicas e carvão de uma cidade do ano 1410 a.C.

Com os achados puderam prospectar onde houve outros sítios de cidades semelhantes e criaram um modelo computacional que permite reconhecer pelas elevações feitas pelo homem muitos outros aldeiamentos ou cidades escondidas ao olho humano.

Eles estimam que existam por volta de 1.300 geoglifos reveladores da existência outrora de cidades numa área de quase 400.000 quilômetros quadrados, na maioria no Acre e países vizinhos, dois terços dos quais ainda não foram visitados.

Terra Preta evidencia trabalhos intensivos de adubação
Terra Preta evidencia trabalhos intensivos de adubação
Os computadores também estimam uma densidade populacional muito maior da imaginada. A equipe pensa em algo entre 500.000 e 1 milhão de pessoas em apenas 7% da bacia amazônica desafiando todas as estimativas anteriores.

Esses sítios interconectados sugerem uma série de cidades fortificadas que floresceram numa extensão de mais de 1770 quilômetros entre os anos 1.200 e 1500 a.C.

Com esses dados “nós precisamos reescrever a história da Amazônia”, disse o professor da Universidade de Exeter José Iriarte, co-autor do trabalho.

The Wall Street Journal: ambientalistas mudam de ideia

Zoolito amazônico, procedência indeterminada, na Univ.Federal do Pará
Zoolito amazônico, procedência indeterminada,
na Univ.Federal do Pará
Para o “The Wall Street Journal” o volume de provas recolhidas pelos arqueólogos com imagens de satélites, radares levados em aviões e câmeras em drones estão fazendo que ecologistas e ambientalistas abandonem suas velhas crenças numa Amazônia jamais tocada pela civilização.

O antropólogo Michael Heckenberger da Universidade da Florida em Gainesville, definiu: “Estamos diante de uma floresta influenciada pelo homem como não conhecíamos”.

Os achados incluem 81 instalações anteriores à data da chegada de Colombo a América, na bacia do Tapajós em Mato Grosso, que remontam aos anos 1250‒1500 a.C.

Algumas são pequenas e outras grandes e têm múltiplos montículos provavelmente devotados a cerimônias (com vagas semelhanças com pirâmides), praças e calçadas, disseram os arqueólogos.

Mas, então o que aconteceu com essa imensa povoação? 

De Souza enuncia diversas hipóteses, mas reconhece que ainda há muita coisa a se investigar sobre o destino dessas civilizações que numa hora desconhecida se desvaneceram.


Vídeo: A pedra do Ingá, Paraíba
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